EuroSUP 2017 – Travessia Berlenga – Peniche

Titouan Puyo e Olivia Piana vencem prova de Longa Distância do EuroSUP
Os atletas franceses conquistaram hoje os primeiros lugares na competição de Longa Distância do Campeonato da Europa de Stand Up Paddle, integrado no Peniche Paddle Series 2017, um trajecto de 15 km entre a ilha da Berlenga e a praia do Molhe Leste, em Peniche.
A prova teve início cerca do meio dia, com os 21 atletas alinhados ao largo do Forte de São João Baptista, numa imagem de rara beleza à qual nenhum dos participantes ficou indiferente. O sol mostrou-se sem constrangimentos, ficando o vento num nível mais modesto. No entanto, a ondulação e as pequenas vagas  que surgiram durante toda a prova proporcionaram boas condições para uma prova que respondeu a todas as normas de segurança, com diversos pontos de observação em terra, assim como o apoio de viaturas de bombeiros, além de diversos barcos que fizeram o acompanhamento no mar.

Na categoria masculina, os dois atletas da selecção francesa em competição tomaram imediatamente a dianteira e Titouan Puyo acabou por ser o vencedor, com 1h35m25seg de tempo total. “Não estava tão ventoso como eu gostaria, mas foi uma óptima prova. No meio do trajecto consegui tirar proveito de alguns bumps e percebi que se remasse bem aí poderia efectivamente ganhar a competição. Até ao fim nunca sabemos o que vai acontecer, mas estava confiante. No entanto, junto ao rochedo (Cabo Carvoeiro) senti-me muito cansado. É a primeira vez que compito em Peniche e estou a gostar muito desta experiência”, afirmou o campeão da Europa.
Pouco mais de um minuto depois foi o seu colega de equipa, Arthur Arutkin (1h36m21s), que cortou a meta. ”Esta é a minha primeira vez em Peniche e apesar do calor que se fez sentir foi muito bom competir aqui”, comentou o atleta do norte de França, que assim somou mais um vice-título no EuroSUP 2017.
O italiano Leonard Nika foi o terceiro a chegar à praia do Molhe Leste, com o tempo de 1h39m13s e, apesar de Portugal já não ser uma descoberta, uma vez que passa temporadas de seis meses no nosso país, esta foi uma prova diferente. “Não consigo perceber se foi melhor do que a corrida que fiz nos Açores, entre o Pico e S. Jorge, mas esta foi definitivamente uma das melhores travessias que alguma vez fiz. Conseguimos aproveitar algumas ondas e bumps e de facto Peniche tem boas condições para treinar. Adoro vir aqui pois sinto-me realmente em casa”, concluiu o simpático italiano, que assim deixou o novo campeão europeu de Race Técnico, o sempre muito forte dinamarquês Casper Steinfath, fora do pódio, em quarto lugar.
Na prova feminina, a francesa Olivia Piana, já consagrada como campeã europeia de Race Técnico, obteve igualmente o primeiro lugar nesta competição (1h52m13s) e, apesar do cansaço da prova, a sua felicidade reflectia-se no seu sorriso. “Foi uma prova bem difícil. Tivemos uma partida fantástica, as condições estavam muito boas e é incrível fazer uma prova entre uma ilha e uma cidade, mas esta é a nona corrida que faço em quatro semanas, pelo que estava muito cansada, quase morta mesmo (risos). Estou a adorar Portugal e vou certamente voltar no Verão, para treinar aqui. É uma excelente oportunidade de aprendizagem e crescimento”, afirmou.
No pódio da competição feminina, a espanhola Laura Quetglass (1h56m32s) ficou mais uma vez em segundo lugar e a atleta portuguesa de Moledo, Ângela Fernandes, ganhou a medalha de bronze, com 1h59m11s. Apesar de esperar mais vento e da dureza da prova, a competidora nacional considerou que “a ondulação ajudou, mas competir durante duas horas sob muito calor e com o pulso a 180 bpm’s… foi realmente uma prova dura.” Apesar do “peso” de jogar em casa e da luta pelos primeiros lugares com duas atletas profissionais, Ângela Fernandes mostrou-se feliz no final, uma vez que alcançou a mesma classificação do ano passado, e completou afirmando que “tecnicamente estou melhor, porque evolui bastante na longa distância, mas claro que gostaria de ter feito mais.”
Os portugueses Filipe Meira e Rúben Afonso alcançaram as nona e décima posições, respectivamente, e apesar de não terem conquistado os lugares que gostariam, mostraram-se confiantes no trabalho que fizeram, confessando terem dado o seu melhor e dando ênfase ao espírito de união do grupo e apoio da equipa portuguesa.
O português mais bem classificado, com 1h45m45s, Filipe Meira, afirmou que “a prova correu bem. Apesar de algumas dores nos ombros dei o meu máximo. Por vezes a vontade não chega para tudo e ainda temos um longo percurso até chegar ao nível das outras equipas. É o nosso segundo ano como selecção e estamos em fase de aprendizagem, mas penso que somos o grupo que está realmente a funcionar como equipa e estamos a trabalhar para um objectivo comum. Estamos a construir um futuro para alguém e estamos a aprender.”
Rúben Afonso, por seu lado, acrescentou que “dei o meu melhor mas não foi suficiente para um bom resultado. As outras selecções estão noutro nível e temos atletas que competem no circuito mundial. Decidi ir ao meu ritmo depois de ter perdido o comboio e apanhei o maior número de bumps que pude. Tem sido uma experiência incrível e é muito gratificante representar o país nestas competições, mas faltam-nos algumas condições que estes países têm, como equipamentos, infraestruturas e apoios para um estatuto de atleta, como algumas das seleções que participam no evento. Essas são as bases e esse é um peso forte na balança.”
Da parte da seleção portuguesa, João Aranha, Presidente da Federação Portuguesa de Surf, também acompanhou de perto a travessia. “Segui toda a prova do barco e a prova correu bastante bem, com as condições de segurança garantidas, o que é essencial para uma competição deste género. A equipa portuguesa deu o seu melhor mas ainda temos dois atletas em prova na competição de ondas, pelo que não existem resultados finais. Vamos ver o que acontece amanhã,” comentou.
Amanhã termina o EuroSUP, com a chamada marcada para as 11h, novamente na praia de Supertubos, para as restantes baterias e as grandes finais na categoria de ondas.
Em paralelo aos eventos competitivos internacionais, durante todos os dias de competição existem inúmeras actividades desenvolvidas pelos parceiros do Instituto Politécnico de Leiria e da Escola Superior de Desporto de Rio Maior IPL: ginásios e diversas ativações de marca, workshops, experiência das várias modalidades, aldeia de sponsors e programa de atividades desportivas e culturais, onde são esperados mais de 2000 crianças, jovens e seniores, provenientes das escolas e associações do concelho e de concelhos limítrofes.
O Peniche Paddle Series é uma coorganização do Peniche Surfing Clube e da Câmara Municipal de Peniche, com eventos homologados pela Federação Europeia de Surf, Federação Portuguesa de Surf, Federação Portuguesa de Canoagem, Federação Portuguesa de Remo e Federação Portuguesa de Vela, com o patrocínio principal das Águas de Portugal, Águas do Tejo Atlântico, EPAL e SMAS Peniche, o patrocínio da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo, Pingo Doce, Mútua dos Pescadores, Lubrigaz | Lubrisport, Herbalife e MEO, os apoios institucionais do IPDJ, Fundação do Desporto, Bombeiros Voluntários de Peniche e Centro de Alto Rendimento de Peniche, tendo como parceiros institucionais a Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar – IPL e a Escola Superior de Desporto de Rio Maior – IPS e como media partners o MEO Beachcam, Total SUP e Up Suping.


O Peniche Paddle Series 2017 pode ser acompanhado aqui:
Site PPSC: www.ppsc.pt
Twiter: @pxsurfclube

Créditos das fotos para: Miguel Sacramento

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